Resumo Esse artigo apresenta um estudo quantitativo que mede, através de análise de citação, as relações históricas entre a ciência econômica e as outras ciências sociais (isto é, antropologia, ciência política, psicologia e sociologia). O exercício aqui proposto abarca o período entre 1959 e 2018, e busca compreender se a economia abriu mais espaço para as demais ciências, e, se esse for o caso, as sutilezas desse processo. Esse artigo desenvolve, ainda, uma medida original de assimetria para a interdisciplinaridade - o Coeficiente de Assimetria Interdisciplinar.

Abstract This paper offers a quantitative study measuring, through citation analysis, the historical relationship between economics and the other social sciences (that is, anthropology, political science, psychology, and sociology). The exercise suggested here comprehends the period from 1959 to 2018 in order to understand both whether economics has opened more space for the other social sciences and, if so, the subtleties of this process. The paper also develops an original asymmetry measure for interdisciplinarity-the Coefficient of Interdisciplinary Asymmetry.

Resumo Este artigo analisa as possíveis interferências do regime militar brasileiro (1964-1985) no ensino e pesquisa em economia marxista. Em primeiro lugar, examinamos grades curriculares, programas e bibliografias de departamentos de economia principalmente dos anos 1960 a 1970. Segundo, entrevistamos professores que lecionaram ou estudaram durante o período do regime militar. Não identificamos uma interferência sistemática e bem organizada sobre a economia marxista nos departamentos de economia. Entretanto, o clima de medo e desconfiança que reinou nas universidades brasileiras nessa época fez surgir o que podemos chamar de "autocensura".

Abstract The paper analyzes the possible interferences of the Brazilian military regime (1964-1985) in teaching and research on Marxist economics. First, we examined courses, syllabi, and reading assignments from economics departments mainly from the 1960s and 1970s. Second, we interviewed professors that either studied or taught during the military regime years. We were unable to identify a systematic and well-organized interference in these departments that lead to constraining the teaching and research on Marxist economics; however, the climate of fear and suspicion that reigned in Brazilian universities led scholars to adopt what we could call "self-censorship".